segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O Adeus...

Amei-te intensa e corajosamente
Propus escravizar-me de ti
No teu egoísmo me aninhei
Silenciosamente fiquei

Talvez nunca perceba
Os dias feitos à mão
O detalhe da renda
A extensão do remendo

Cuidei do bordado
Ajustei a altura
Encobri o manchado
Debrucei na costura

Artesã de mim mesma
Reconheço o todo
Que de tão esgarçado
Da cor restou pouco

Agora desfaço o traçado
Revejo os retalhos
Recolho os pedaços
De um peito cansado

Em "mente"...

A invencibilidade do que desatina
Descortina a finitude da alma
Vela a transparência cerrada nas horas
No triunfo do dia que nasce

Morre por dentro, ao largo, por fora
O acalanto esperado
Da brisa esquecida
Que entoa a canção-despedida

Novamente, o dia
Repetidamente, as horas
O que traz melodia
Embala o fracasso

De tudo, o mais perigoso

Com você descobri como se tem sem nunca tocar
Passagens entreabertas
Trilhas partidas, multidão de gente
Gente aqui, gente lá, gente em todo lugar
Vida pulsante, entrega completa

Ausência sofrida, vazio de idéias
Dor na alma, vontade de gritar
Choro contido de quem sabe longe
Você se vai e em breve não saberei mais de mim
Sei apenas que não serei a mesma

Isso não é bom, nem mal
Mas angustia na medida em que liberta
Ser livre longe de ti é estar perto
A saída está nos teus pés
Eles me indicam o caminho

Por mais que eu resista
É ela, gravada em ti, que me fascina
Vou ao seu encontro pra senti-la (lo)
Falo da maior de todas as loucuras
Falo de liberdade

Liberto-me assim…
Pra viver sem pensar
Escolher sem achar
Sofrer sem amar
E amar sem dizer

Estou pronta!
Na beira do abismo
Sinto tua mão me afagar
Não me detém
Vai comigo

Esse é meu desejo escondido
A celebração do encontro
Encontro de ideias
Encontro das dores
Do encontro das almas
Desisto

Fui longe e perdi

Fiquei onde estive

Andei pouco

Andei mal

Corri errado

Acertei o passo

E assim…

Fiquei

Porque quem dança é mais feliz!

Aos meus queridos mestres e ao
meu ETERNO parceiro dessas e tantas outras que ainda virão.

Surpreendida

Recomeço

Sabe bem
Sabe estranho
Sabe amargo
Sabe novo
Sabe breve

Saberia amor?

Modigliani em nós


Um olhar.

Inefável ao longe.

Distraído adiante.

Incansável de perto.

Presente.

Perto, longe, adiante…

Distante.

Saudade... A palavra que não existe

Lisboa vivida

Sete Colinas
Sete vidas
Tantas idas
Uma vinda

Aqui me vi de frente
Me fiz presente
E ao te deixar
Serei diferente


Bienvenidos!

Espaços portenhos, crenças dissipadas e desejos recriados